De vez em quando a consciência dá lugar ao inconsciente e tudo se mistura e reaparece. É como um sonho, onde nada faz sentido, mas na verdade tudo faz, tudo o faz, tudo pode ser. Todas as experiências, todos os questionamentos, todas as pessoas, tudo que um dia ficou para traz pode voltar, ainda que por alguns décimos de segundos e isso é uma das melhores coisas da vida. Crescer sem deixar de ser, sem deixar de se permitir, sem se censurar, sem desaparecer.
Estávamos todos em volta de uma grande praça cercada de prédios e tochas, mas dessa vez não tinha Karaokê, a Utopia não tinha mais graça, deixou de ser divertida, dessa vez, nem na porta passamos. Estávamos à procura de algo diferente, algo novo que não sabíamos exatamente o que. Apenas um endereço.
O portão comprido de grades de metal fundido há anos e que protegia uma casa oriental vermelha era o que procurávamos. Algo bem ilegal, onde todos atravessavam a rua para não passar na frente.
Sem saber direito como, pois a fumaça encobria o caminho, despistamos os guardas e conseguimos entrar. Apenas três.
Tudo por dentro era bem vermelho também e tudo era muito escuro. Pouca luz, muita fumaça, muito incenso, muita erva e mais fumaça. E sem Burlesco!O chefe da tribo, com um olhar desconfiado hesitou um pouco antes de nos mostrar a experiência. Uma de cada vez. Fui a segunda. Um pouco trêmula e ao mesmo tempo aérea, sem sentir meu corpo, fui subindo a escada em caracóis e a cada degrau, mais inebriada ficava, quase podia voar. A cada degrau uma nova sensação, era como se eu não mais existisse como matéria. Enfim, no segundo andar, encontrei o que procurava. Em uma das prateleiras feitas de Adobe vermelho, coberto por um pano com estampa tropical estava ele. Era um pote de vidro, pequeno com um substância preta, cremosa, totalmente opaca. Não sabia ao certo o que era e nem como utilizá-lo. Não tinha cheiro, não era volátil. Ao lado do pote de vidro havia um pincel. Sim, era um pincel de delineador e aquela era a tinta especial, a tinta mais desejada e tão desconhecida. Não hesitei em passar as cerdas de crina de cavalo na substância preta. Um risco, outro risco e um olho estava pronto. Não demorei para terminar o outro. Agora era só esperar o efeito chegar.
Lembrar? Não foi possível, nada poderia sair de lá. Levo comigo somente a sensação de leveza, flutuante, fluida, ao mesmo tempo imergida em um volúpia incontrolável. Lá não existia tempo, não sei quanto tempo fiquei, como despertei e nem como voltei...
Perfume, sombras e um drink de veneno
terça-feira, 9 de fevereiro de 2016
quarta-feira, 11 de maio de 2011
E ela cresceu e amadureceu...
Os tempos já são outros, embora os bares continuem os mesmos. Talvez sempre continuarão, ainda que as pessoas mudem, as conversas tornem-se sensatas e plausíveis, profissionais e emocionais. As pessoas mudaram também, novas visões, novas responsabilidades...novas viagens!
sábado, 30 de outubro de 2010
Dose Dupla

Naquele dia tudo se misturou: o presente, o passado, o futuro e o imprevisível, para não dizer, impossível. Seria uma noite convencional, devido às pessoas enquadradas. A aniversariante já havia expandindo seus horizontes, mas as convidadas não.
Dose dupla de Vodka é sempre dose dupla de loucura. É Maria e é Joana.
Ainda com os olhos tímidos, ela se surpreendia com as pessoas que chegavam. Com a boca aberta coloca o papo em dia, capturava as imagens, por mania e por segurança. Diga-se lembrança. Mais algumas cervejas e agora só com as três no Rock Bar. Jack já estava um pouco vazio, no entanto o show continuava. Acompanhando a melodia, os braços se cruzavam e os lábios se aproximavam. Alguns se chocavam.
Naquele ambiente vermelho, enfumaçado, as vodkas eram diluídas e dessa vez era hora da Joana se queimar. Joana, vodka, elas, anexo, elas, anexo, e por fim, elas.
Ao pestanejaram, viram um bigode ao acaso acompanhar a terceira. Nesse momento, Blackout!
Após o blackout, faltava o Papa para finalizar a noite. Com o predomínio do ID, elas não hesitavam em se satisfazer, ainda que em público, ainda que sem música.
E o bigode ainda ganhou brincos e meias 7/8 rasgadas.
66 minutos depois, era hora de aprimorar a percepção, psicologia e forma. Eu alucinava nas páginas coloridas.
Foi de incerta feita - o evento.
Foi de incerta feita — o evento. Quem pode esperar coisa tão sem pés nem cabeça?
Quando menos espera, a viúva negra fora infectada por um sentimento há tempos esquecido. Sonhos orgásticos, olhares de sedução, beijos de amor. Tudo fluíra tão naturalmente e inconsciente, que foi difícil perceber, ou melhor admitir para sim mesma.
Entre uma garrafa e outra, ela escondia a vontade de entrelaçá-la fortemente e sentir sua essência. Por quanto tempo mais ela poderia esconder os seus sentimentos ou a sua confusão? Para quem vive o momento, ela estava bem hesitante em decidir o seu presente.
Nada como duas pingas aditivadas e um banheiro para clarear a situação...
Quando menos espera, a viúva negra fora infectada por um sentimento há tempos esquecido. Sonhos orgásticos, olhares de sedução, beijos de amor. Tudo fluíra tão naturalmente e inconsciente, que foi difícil perceber, ou melhor admitir para sim mesma.
Entre uma garrafa e outra, ela escondia a vontade de entrelaçá-la fortemente e sentir sua essência. Por quanto tempo mais ela poderia esconder os seus sentimentos ou a sua confusão? Para quem vive o momento, ela estava bem hesitante em decidir o seu presente.
Nada como duas pingas aditivadas e um banheiro para clarear a situação...
sábado, 11 de setembro de 2010
Nise
Extremamente romântica, Juliana idealizava o amor e sonhava com o seu príncipe encantado, pois já havia o encontrado, Antônio, homem solteiro e bem humorado que trabalhava na mesma empresa que ela, porém no setor de marketing. Trocando apenas um “bom dia!” no corredor ou sorrisos na fila do café, Juliana apaixonara-se sozinha. Só Lise, que de amor por Fido ardia. Amor platônico e incontrolável que dominava o corpo e a mente dessa mulher sistemática. Tudo em sua vida era programado, milimetrado, seja a distância dos produtos de limpeza em sua casa, seja o horário de abrir o portão, a maneira de abotoar o sutiã, empilhar as revistas ou tirar os óculos.
Juliana nunca teve muitos amigos, preferia passar horas absorta na literatura de Claudio Manuel da Costa, Gonçalves Dias, Lord Byron e Florbela Espanca, idealizando a realidade e sonhando com tudo que não era. Apesar da linha que separa o amor da fantasia ser bem fina, ela não saia da linha. Sua vida era alimentada pelo sorriso inebriante de Antônio todos os dias na agência. Nada soava mais perfeito, até quem em um dia ensolarado de primavera Antônio apareceu com uma aliança na mão direita. Nesse exato momento, tudo ficou preto, tudo girava, Juliana fora invadida por milhões de sensações sinestésicas depressivas, incompreendidas.
Tomada por um surto de loucuras, resolveu fazer jus às palavras de Byron. Foi para casa, abriu uma garrafa de vinho e naquele vasto giro, em que se enleia, ao curioso passo já receia que lhe possa faltar segurança. Mais uma garrafa de vinho. E assim foi por dias, embriagou-se sozinha, experimentou várias pessoas sem faces e quando deu por si, estava deitada, nua, em sua cama com algumas seringas no chão.
Em seus últimos suspiros, imaginava-se casando com Antônio. Só havia os dois. Ele, de terno preto, segurando um buquê de rosas vermelhas e ela com um lindo vestido branco com detalhes em renda. Ambos em frente a um enorme coração vermelho de balões grandes e pequenos em fileiras intercaladas, milimetricamente posicionadas. Quando tudo estava como deveria estar, o coração vermelho começou a se transformar em arame e no momento do beijo, uma aliança, surgiu na mão direita de Antônio e uma piranha transparente surgiu no penteado de Juliana. Já inconsciente, tudo que ela enxergava era uma luz azul que se ampliava e entre os balões.
Tens sido vida fora o meu desejo,
E agora, que te falo, que te vejo,
Não sei se te encontrei, se te perdi...
Abalou-se o que sinto; o orgulho,
Que o mundo não pôde curvar,
Curvou-se a ti: se a abandonaste,
Minha alma vejo-a a me deixar.
O pulsar ardente de um coração vermelho quente parava l e n t a m e n t e .
Juliana nunca teve muitos amigos, preferia passar horas absorta na literatura de Claudio Manuel da Costa, Gonçalves Dias, Lord Byron e Florbela Espanca, idealizando a realidade e sonhando com tudo que não era. Apesar da linha que separa o amor da fantasia ser bem fina, ela não saia da linha. Sua vida era alimentada pelo sorriso inebriante de Antônio todos os dias na agência. Nada soava mais perfeito, até quem em um dia ensolarado de primavera Antônio apareceu com uma aliança na mão direita. Nesse exato momento, tudo ficou preto, tudo girava, Juliana fora invadida por milhões de sensações sinestésicas depressivas, incompreendidas.
Tomada por um surto de loucuras, resolveu fazer jus às palavras de Byron. Foi para casa, abriu uma garrafa de vinho e naquele vasto giro, em que se enleia, ao curioso passo já receia que lhe possa faltar segurança. Mais uma garrafa de vinho. E assim foi por dias, embriagou-se sozinha, experimentou várias pessoas sem faces e quando deu por si, estava deitada, nua, em sua cama com algumas seringas no chão.
Em seus últimos suspiros, imaginava-se casando com Antônio. Só havia os dois. Ele, de terno preto, segurando um buquê de rosas vermelhas e ela com um lindo vestido branco com detalhes em renda. Ambos em frente a um enorme coração vermelho de balões grandes e pequenos em fileiras intercaladas, milimetricamente posicionadas. Quando tudo estava como deveria estar, o coração vermelho começou a se transformar em arame e no momento do beijo, uma aliança, surgiu na mão direita de Antônio e uma piranha transparente surgiu no penteado de Juliana. Já inconsciente, tudo que ela enxergava era uma luz azul que se ampliava e entre os balões.
Tens sido vida fora o meu desejo,
E agora, que te falo, que te vejo,
Não sei se te encontrei, se te perdi...
Abalou-se o que sinto; o orgulho,
Que o mundo não pôde curvar,
Curvou-se a ti: se a abandonaste,
Minha alma vejo-a a me deixar.
O pulsar ardente de um coração vermelho quente parava l e n t a m e n t e .
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Caught in a Bad Romance
O álcool era tão intenso que ninguém ousava chegar perto. Foi assim que sua noite começou. De mão em mão ela descobria a vida. Estava pronta para transbordar.
E naquela rodada ela apenas observava a energia descontrolada de uma juventude translocada, tão cheia de vida e tão perto da morte. Tão intensa, tão completa e ao mesmo tempo tão fútil. Entre linhas filosóficas ela se revelava timidamente por detrás da neblina mágica. Entre risadas e alucinações a roda começava a flutuar e ela ainda estava lá, se (des)cobrindo. Nesse momento tudo estava como sempre esteve. Era a hora de iniciar a jornada, que algumas vezes era precedida por tacadas sinestésicas, outras pela porta faroeste, com direito a corrida de ganso.
Porões conhecidos. Todos se sentiam em casa, a música era a trilha sonora daquelas almas rebeldes que se derretiam na pista de dança. Corpos se esfregando, mentes delirando e ela sendo consumida, cada vez mais e mais intensamente. De dedos em dedos ela presenciava tudo. Cheiradas no banheiro, sexo no sofá, brigas na escada, frenesi na pista. Ela era parte disso. Seu efeito era multisensorial!
(Sigmund Freud)
Foi com ela que eu enlouqueci, foi por ela que eu fiz coisas que eu nem sequer me lembro. And she says Just a little more. Era cada vez mais! E como eu consumi aquela mamba preta! E como aquilo era melhor que uma cena de sexo! Obsceno, entorpecido, alucinado. Elevado. Era como se eu tivesse provado da bebida púrpura.
Como nada é para sempre, ela se foi tão rápido que eu só percebi quando estava sozinha, tentando me equilibrar no salto, apoiando naquelas paredes molhadas de heroína, cocaína e sexo. Maquiagem borrada, cinta-liga rasgada e corpo quebrado. Já não penava em nada, meu cérebro era um eterno fluido que pesava de um lado ao outro e me desequilibrava.
(I guess I'll die another Day)
Onde acordei? Não faço a menor idéia. Com quem transei? Não importa, a camisinha estava jogada no chão.
Aquela cachaça era só mais um ingrediente do coquetel mortífero que eu provava todas as noites. Contudo, ele não era o meu vício, muito menos sexo, drogas e rock n roll. Meu vício é sim um coquetel, porém de neurotransmissores. Dopamina. Serotonina. Adrenalina.
We all lose our charms in the end!
Diamonds are a Girls Best Friends!
E naquela rodada ela apenas observava a energia descontrolada de uma juventude translocada, tão cheia de vida e tão perto da morte. Tão intensa, tão completa e ao mesmo tempo tão fútil. Entre linhas filosóficas ela se revelava timidamente por detrás da neblina mágica. Entre risadas e alucinações a roda começava a flutuar e ela ainda estava lá, se (des)cobrindo. Nesse momento tudo estava como sempre esteve. Era a hora de iniciar a jornada, que algumas vezes era precedida por tacadas sinestésicas, outras pela porta faroeste, com direito a corrida de ganso.
Porões conhecidos. Todos se sentiam em casa, a música era a trilha sonora daquelas almas rebeldes que se derretiam na pista de dança. Corpos se esfregando, mentes delirando e ela sendo consumida, cada vez mais e mais intensamente. De dedos em dedos ela presenciava tudo. Cheiradas no banheiro, sexo no sofá, brigas na escada, frenesi na pista. Ela era parte disso. Seu efeito era multisensorial!
(Sigmund Freud)
Foi com ela que eu enlouqueci, foi por ela que eu fiz coisas que eu nem sequer me lembro. And she says Just a little more. Era cada vez mais! E como eu consumi aquela mamba preta! E como aquilo era melhor que uma cena de sexo! Obsceno, entorpecido, alucinado. Elevado. Era como se eu tivesse provado da bebida púrpura.
Como nada é para sempre, ela se foi tão rápido que eu só percebi quando estava sozinha, tentando me equilibrar no salto, apoiando naquelas paredes molhadas de heroína, cocaína e sexo. Maquiagem borrada, cinta-liga rasgada e corpo quebrado. Já não penava em nada, meu cérebro era um eterno fluido que pesava de um lado ao outro e me desequilibrava.
(I guess I'll die another Day)
Onde acordei? Não faço a menor idéia. Com quem transei? Não importa, a camisinha estava jogada no chão.
Aquela cachaça era só mais um ingrediente do coquetel mortífero que eu provava todas as noites. Contudo, ele não era o meu vício, muito menos sexo, drogas e rock n roll. Meu vício é sim um coquetel, porém de neurotransmissores. Dopamina. Serotonina. Adrenalina.
We all lose our charms in the end!
Diamonds are a Girls Best Friends!
domingo, 22 de agosto de 2010
Senhora Satã

Um vazio no corpo, algo inexplicável, profundo e nostálgico. "Sempre houve quem fosse diferente", a Madame, "Talento nunca é demais", Satã. Quem a conheceu, se lembra, quem não a conheceu, ouviu falar. Aos 18, 1983, anos apareceu na esquina da Bela Vista. Caustrofóbica, ela estava à frente de seu tempo e encarava as negatividades do seu meio.
Foi com a "Festa dos Peixes" que entrou para a história. Ela era a cena underground. Suas performances enlouquecidade, peças teatrais, debates, exposições, desfiles, shows, projeções de vídeos e lançamento de livros fizeram dela o cenário alternativo de SP. O Templo Underground de uma década decisiva.
A Madame foi o porto seguro do alternativo puro: só ela reuniu as tribos, as performances mais inusitadas e concretizou a efervecência de uma geração que se libertava da dominação e opressão militar.
Um novo conceito,
Puta de Luxo,
Vanguarda.

RECOMENDO!!!
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Dia Frio
Aquele friozinho que aconchega o calor do edredom, que prolonga o sono e que eterniza a preguiça é o Dia Frio. Dia propício para ler um livro naquela poltrona velha, para fumar um cigarro ao ar livre, para beber um capucciono e assistir a um filme clássico.
O Dia Frio apazigua os desentendimentos, congela as lágrimas e reconforta as pessoas. É um convite ao museu, ao desenho e à pintura. É um bom momento para reunir os amigos, conversar, beber um uísque e amar. Amar. Amar. Talvez essa seja sua única lei. Amar. Não há nada melhor do que estar com o seu amor bebendo um vinho tinto extasiante, à e aquecê-lo com o seu corpo. Beijar, arranhar, gozar, amar. Abraçar. Esquentar.
O Dia Frio apazigua os desentendimentos, congela as lágrimas e reconforta as pessoas. É um convite ao museu, ao desenho e à pintura. É um bom momento para reunir os amigos, conversar, beber um uísque e amar. Amar. Amar. Talvez essa seja sua única lei. Amar. Não há nada melhor do que estar com o seu amor bebendo um vinho tinto extasiante, à e aquecê-lo com o seu corpo. Beijar, arranhar, gozar, amar. Abraçar. Esquentar.
domingo, 28 de fevereiro de 2010
Candy Perfume Girl
A prostituição já foi uma ocupação respeitada e associada a poderes sagrados. Mas, com o surgimento da sociedade patriarcal, a independência sexual e econômica das mulheres restringiu-se e as meretrizes passaram a ser mal-vistas.
Em cada porta uma história, uma vida esquecida, igonorada, maltratada pela sociedade hipócrita que usa e abusa dela. Pelo corredor vermelho é possível analisar o material e escolher pelo que melhor lhe agrada. Os serviços são variados, bem como os preços. Não importa o local, se é de luxo ou não, elitizado ou fudido. A condenação dessas almas "desgraçadas" é a mesma.
Foram elas as primeiras mulheres independentes. Foram elas as primeiras mulheres a fumar, a ter prazer, a dar prazer!
AS CORTESÃS, nós as temos para o prazer; AS CONCUBINAS, para os cuidados de todos os dias; AS ESPOSAS, para ter uma descendência legítima e uma fiel guardiã do lar. Mesopotâmia e Egito Antigo.
Por quê esse rótulo enegrecido pela sociedade patriarcal perdura até hoje? Tanto prostitutas quanto motoboys, no Brasil, são trabalhadores informais e autônomos, são vistos da mesma maneira pela lesgislação, porém elas são estigmatizadas de maneira bem mais negativas. Quem não se vende na pós-modernidade? Por quê não se pode vender o próprio corpo?
A hipocrisia é Gritan-Irritante!!! Empresários conceituados, pais de família, exemplos de marido, de filho, trabalhadores usufruem do serviço e depois condenam suas "amantes". Em um mundo em que se vende tudo, não seria mais do que normal vender sexo, vender prazer. Prazer este que governa o Universo. Vivemos em uma constante busca pelo prazer, seja ele encontrado na felicidade, no amor, nas drogas que não possuem bula, nos hobbies, no sexo.
Em cada esquina, uma aventura, uma abordagem diferente. Bares, boates e até mesmo em exposições empresariais, seja de inovação, design ou livros.
A cada noite...
Mulheres de atitude, Cidadãs trabalhadoras, Mães, Filhas, Amigas.
Em cada porta uma história, uma vida esquecida, igonorada, maltratada pela sociedade hipócrita que usa e abusa dela. Pelo corredor vermelho é possível analisar o material e escolher pelo que melhor lhe agrada. Os serviços são variados, bem como os preços. Não importa o local, se é de luxo ou não, elitizado ou fudido. A condenação dessas almas "desgraçadas" é a mesma.
Foram elas as primeiras mulheres independentes. Foram elas as primeiras mulheres a fumar, a ter prazer, a dar prazer!
AS CORTESÃS, nós as temos para o prazer; AS CONCUBINAS, para os cuidados de todos os dias; AS ESPOSAS, para ter uma descendência legítima e uma fiel guardiã do lar. Mesopotâmia e Egito Antigo.
Por quê esse rótulo enegrecido pela sociedade patriarcal perdura até hoje? Tanto prostitutas quanto motoboys, no Brasil, são trabalhadores informais e autônomos, são vistos da mesma maneira pela lesgislação, porém elas são estigmatizadas de maneira bem mais negativas. Quem não se vende na pós-modernidade? Por quê não se pode vender o próprio corpo?
A hipocrisia é Gritan-Irritante!!! Empresários conceituados, pais de família, exemplos de marido, de filho, trabalhadores usufruem do serviço e depois condenam suas "amantes". Em um mundo em que se vende tudo, não seria mais do que normal vender sexo, vender prazer. Prazer este que governa o Universo. Vivemos em uma constante busca pelo prazer, seja ele encontrado na felicidade, no amor, nas drogas que não possuem bula, nos hobbies, no sexo.
Em cada esquina, uma aventura, uma abordagem diferente. Bares, boates e até mesmo em exposições empresariais, seja de inovação, design ou livros.
A cada noite...
Mulheres de atitude, Cidadãs trabalhadoras, Mães, Filhas, Amigas.
sábado, 27 de fevereiro de 2010
Acima da Carne e do Metal
Naquele momento meu juízo já estava dissolvido e meu ouvido distorcido sintonizava meu corpo e minha mente ao som da alucinação. Como uma pluma, eu pairava, o vento me levava e eu apenas continuava a dançar, a sentir, a viver. Com os pés no chão eu podia flutuar e acompanhar as intermináveis fitas coloridas entretecidas, que queimavam o ar.
Nada como estar com os amigos ao som de uma trilha sonora entorpecente! Serotonina, Adrenalina, Dopamina presas na fenda sináptica! E eu não desejava soltá-las! Sentimento elétrico, sinestésico era tudo o que queria. Cada segundo era eterno, cada segundo era condenado. Cada segundo era aditivado.
Olhos fechados, cinta-liga esticada, flashes picados e no mastro eu me enroscava.
Quando as luzes brilham tudo que é dito se perde, todo o equilíbrio tomba, todo o álcool é liberado. Quando as luzes se apagam, todo crime é revelado, todo corpo é testado. Sexy boy, Girl on Girl, Ménage à trois. Sem consciente, a sedução aumenta, o show começa e a vida aparece. Meu encontro é com a noite, meu prazer é comigo e o show é meu.
Era uma tensão positiva que associava todos aqueles olhares e permitia as fusões. Mas eu não estava a fim, já não pensava, apenas sentia a energia e as freqüências até alcançar o frenesi para buscar mais uma dose. É nesse momento que tudo acontece tão rápido que eu não consigo mais acompanhar e tudo flui, só flui. A maquiagem borra, a unha arranha, o corpo treme...
Nada como estar com os amigos ao som de uma trilha sonora entorpecente! Serotonina, Adrenalina, Dopamina presas na fenda sináptica! E eu não desejava soltá-las! Sentimento elétrico, sinestésico era tudo o que queria. Cada segundo era eterno, cada segundo era condenado. Cada segundo era aditivado.
Olhos fechados, cinta-liga esticada, flashes picados e no mastro eu me enroscava.
Quando as luzes brilham tudo que é dito se perde, todo o equilíbrio tomba, todo o álcool é liberado. Quando as luzes se apagam, todo crime é revelado, todo corpo é testado. Sexy boy, Girl on Girl, Ménage à trois. Sem consciente, a sedução aumenta, o show começa e a vida aparece. Meu encontro é com a noite, meu prazer é comigo e o show é meu.
Era uma tensão positiva que associava todos aqueles olhares e permitia as fusões. Mas eu não estava a fim, já não pensava, apenas sentia a energia e as freqüências até alcançar o frenesi para buscar mais uma dose. É nesse momento que tudo acontece tão rápido que eu não consigo mais acompanhar e tudo flui, só flui. A maquiagem borra, a unha arranha, o corpo treme...
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Laranja Verão

Nada como ir ao salão para uma fofoca básica, saber o que está na moda, o que já é ultrapassado, as novas tendências, os babados dos famosos, etc. Salão é como uma sessão de terapia para as mulheres, reclamar do marido, da falta de dinheiro, dos seios caídos, das celulites, pneus, botox, enfim, reclamar.
Sinto-me meio deslocada nesse ambiente, porém, acho divertidíssimo observá-lo. Não gosto dessa moda comum, sou mais a da Lady Gaga, conceitual, diferente, inovador, trash, glam e ousada. Quase nunca palpito sobre algo, já que quando ouso ninguém entende ou sabe do que estou falando. Como poderia eu balbuciar Alexander McQueen, Dita Von Teese, Gipsy Rose Lee, Pin Ups, Kat Von D se quase ninguém do salão conhece minha querida Lady Gaga, que é a sensação do momento! Como assim???
Quando o assunto é a TV também prefiro não opinar. Não assisto a novelas, BBB, e canais abertos. Até a MTV já aboli de minha vida. Prefiro Discovery Chanel, People and Arts e National Geographic. Assisto a alguns seriados na internet, mas nada muito comum. Como sempre, ninguém conhece os programas de meu agrado. Okay. Que tal falarmos de um assunto não muito recorrente, como música?! Aí sim é possível estabelecer conexões entre o meu mundo e o deles.
Agnes é a manicure mais cômica e mais bobinha. Quando ela abre a boca, se entrega. Além de falar engraçado, fala errado. Ela tenta inovar, ser diferente, no entanto, dentro de suas limitações, o que não dá muito certo. Camila é mais séria e mais inteligente. Conhece Lady Gaga, Green Day, Evanescence, outros programas sem ser novela e conversa sobre tudo, então, acabo trocando mais idéias com ela. Certo dia, estávamos justamente conversando sobre música e a maioria dos artistas eram norte-americanos. Agnes não conhecia nenhum, até a própria Camila achou estranho, contudo pelo menos Michael Jackson e Madonna ela conhecia. Nesse momento eu achei muito freak, mas compreensível. “Eu não gosto de músicas em inglês porque eu não entendo nada do que eles falam”. Achei isso muito foda!!! Dentro de todas as suas limitações, Agnes não gosta de uma música porque simplesmente está nas rádios. Ela quer entender a letra, o conteúdo e isso é raro! Cada vez mais as pessoas cantam músicas e músicas, colocam no Orkut, MSN, porque acham a melodia bonita, nem se preocupam com a letra e nesses casos costuma ser podre, ridículo e muitas vezes, vulgar.
Para finalizar o dia, deixei que a Camila escolhesse a cor do meu esmalte, já que eu sou a única que usa o preto e elas sempre tentam me tirar dele e do vermelho.
_ Tem duas cores que estão na moda, última tendência, rosa e laranja.
_ Pode ser o laranja então.
_ Vai ser o laranja verão, que é o último lançamento.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Derradeira Devassa

Sempre achei que era aos 20 a hora de, se não abandonar, pelo menos diminuir o ritmo dessa vida Boemia, porém, por motivos de saúde teve que ser aos 18. Por mais que a mente possa aguentar, uma hora o corpo pede socorro também! Okay. Hora de trocar o Trincheira, os drinks, as noitadas por algumas horas de sono e atividades físicas. Pelo menos nenhum restrição ao sexo! Ainda bem!!!
Ao invés de chorar, que tal celebrar essa nova etapa e, é claro, fazer uma despedida? Uma semana pra despedir até que está sendo suficiente. Agora só falta um última ida transloucada à Mary In Hell!
Anyway, Label Club ontem deu conta do recado. Nada como um open bar e música eletrônica boa! É bom ressaltar que eu nunca aprendi a brincar de Open Bar, e dessa vez não foi diferente. Noite das Meninas, amigas antigas, matar a saudade e enlouquecer juntas.
VODKA-ENERGÉTICO-DEVASSA-LOIRA-RUIVA-ENERGÉTICO-VODKA
Sinapses, neurônios queimando, cérebro se confundindo, ID aparecendo e Super Ego Morrendo!!!
Mãos para o alto, cintura balançando, pernas frenéticas e cabelos voando!
Luzes piscando, flashes cegando, fotos registrando!
Deu pra aproveitar a noite! E olha que ela continuou pós Label! Trash e Glam! Cachorro quente ao molho à bolonhesa, batata palha e sofá! RÁ!
E os hematomas estão aí pra contar a história!!!
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
De onde vim, pra onde vou?
Abraçar o mundo é ótimo, viver intensamente é melhor ainda. Estudos, diversão, loucuras, experiências, amigos, conhecidos, tudo tão rápido, tão efêmero e permanente. Tudo em excesso. Excesso de amigos, excesso de faculdades, excesso de trabalhos, excesso de sono, excesso de álcool, de sexo, de drogas, de livros, de música, de noitadas, de vida. E a vida vai passando, vai se acabando, deixando consequências, reações físicas e psíquicas que seu corpo e sua mente não aguentam mais. A saúde torna-se algo inexistente, em quinto plano, afinal, LIVE FAST DIE YOUNG!!! Morra jovem, morra bonito! Mas acontece que à medida que você prova dessa vida boemia, trash e glam, você quer mais e há sempre novas e inusitadas possibilidades. Há sempre um novo Universo a ser descoberto e para isso é preciso de saúde, mental acima de tudo!
No início, é tudo controlado, "está sob controle", no entando, o Super Ego perde cada vez mais a força. Talvez eu só não tenha me perdido porque as obrigações, estudos, vem sempre à frente, e isso é a minha rédea. É só entrar de férias ou algum feriado que consigo me acabar, surtar, enlouquecer, e fritar ainda que sóbria. É o meu estilo de vida e, embora nunca tenha desejado viver muito, o tempo passa, a gente amadurece e percebe que pra fazer a diferença tem que haver um equilírio. Pra fazer a diferença tem que haver vida, consciência. Talvez esteja na hora de mudar, porém não sou muito adepta a mudanças, gosto das coisas como elas estão e odeio frangar!!! Keith Richards está aí pra provar!
Enfim, esse é o momento crucial. Daqui pra frente minha mudança, ou não, vai alterar completamente o meu destino. Eu só não sei qual decisão tomar. Dar um break em tudo, diminuir os excessos e remoer o passado, deixar a nostalgia e a vontade pra sempre me governar, ou continuar e viver cada dia sem imaginar o futuro, se é q ele vai ser longo, e ir morrendo aos poucos.
ID-> EGO <- SUPER EGO
conflitos de um tipo quase erótico - e extremamente narcisista!
No início, é tudo controlado, "está sob controle", no entando, o Super Ego perde cada vez mais a força. Talvez eu só não tenha me perdido porque as obrigações, estudos, vem sempre à frente, e isso é a minha rédea. É só entrar de férias ou algum feriado que consigo me acabar, surtar, enlouquecer, e fritar ainda que sóbria. É o meu estilo de vida e, embora nunca tenha desejado viver muito, o tempo passa, a gente amadurece e percebe que pra fazer a diferença tem que haver um equilírio. Pra fazer a diferença tem que haver vida, consciência. Talvez esteja na hora de mudar, porém não sou muito adepta a mudanças, gosto das coisas como elas estão e odeio frangar!!! Keith Richards está aí pra provar!
Enfim, esse é o momento crucial. Daqui pra frente minha mudança, ou não, vai alterar completamente o meu destino. Eu só não sei qual decisão tomar. Dar um break em tudo, diminuir os excessos e remoer o passado, deixar a nostalgia e a vontade pra sempre me governar, ou continuar e viver cada dia sem imaginar o futuro, se é q ele vai ser longo, e ir morrendo aos poucos.
ID-> EGO <- SUPER EGO
conflitos de um tipo quase erótico - e extremamente narcisista!
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Esboço
Existem pessoas que nascem para viver e não apenas para existir, talvez por isso ela nunca tenha uma vida normal ou seja uma pessoa igual. Em seu calendário, todos os dias são diferentes e guardam o inusitado. São repletos de surpresas e emoção. E o acaso é o ingrediente especial.
Dentro dela, algumas máscaras, que ora se misturam, ora predominam. As oposições se combinam e combinam-se. Do Trash ao Glamour, do Punk ao Clássico, da Porra Louca à Estudiosa, da Ativista à Biscate. Tantas eram as são faces e todas sustentadas por um único genótipo com diferentes fenótipos.
Superficialmente ela era livre, tinha consciência, embora a esquecesse vez ou outra. No fundo, buscava diversão, conhecimento e respeito. Com os copos cheios e o sangue adulterado, discutia Aldous Huxley e Doris Lessing, dançava Madonna e Marilyn Manson, ouvia Bethoveen e The Clash. Discutia sobre política, ainda que não gostasse.
Prestativa, Ativa, Nostálgica, Romântica, Nervosa.
Sabia cumprir o seu papel na sociedade, na família, nas faculdades, no estágio e por isso achava-se no direito de ser livre, realizar todos os seus desejos, apagar as leis e a convenção. Adorava uma contravenção. Tinha uma mente muito aberta, talvez evoluída, mas às vezes esquecia-se dos seus limites e traía-se. E esse era o seu pior pesadelo. Não se trair era sua única regra, consciência e virtude.
Há sempre muita adrenalina correndo em seu sangue, talvez seja isso que a mantém viva, que a mantém ela. Talvez a adrenalina fosse a sua droga...
Dentro dela, algumas máscaras, que ora se misturam, ora predominam. As oposições se combinam e combinam-se. Do Trash ao Glamour, do Punk ao Clássico, da Porra Louca à Estudiosa, da Ativista à Biscate. Tantas eram as são faces e todas sustentadas por um único genótipo com diferentes fenótipos.
Superficialmente ela era livre, tinha consciência, embora a esquecesse vez ou outra. No fundo, buscava diversão, conhecimento e respeito. Com os copos cheios e o sangue adulterado, discutia Aldous Huxley e Doris Lessing, dançava Madonna e Marilyn Manson, ouvia Bethoveen e The Clash. Discutia sobre política, ainda que não gostasse.
Prestativa, Ativa, Nostálgica, Romântica, Nervosa.
Sabia cumprir o seu papel na sociedade, na família, nas faculdades, no estágio e por isso achava-se no direito de ser livre, realizar todos os seus desejos, apagar as leis e a convenção. Adorava uma contravenção. Tinha uma mente muito aberta, talvez evoluída, mas às vezes esquecia-se dos seus limites e traía-se. E esse era o seu pior pesadelo. Não se trair era sua única regra, consciência e virtude.
Há sempre muita adrenalina correndo em seu sangue, talvez seja isso que a mantém viva, que a mantém ela. Talvez a adrenalina fosse a sua droga...
domingo, 19 de julho de 2009
FUCK-OFF NIGHT
Ela estava cansada da rotina, estudos-estágio-estudos-bar, dos mesmo botecos de sempre e dos mesmos ambientes. Ela queria uma noite de loucuras, músicas, danças, e queria fazer sem censuras. E conseguiu.
O bar foi o mesmo, mas as pessoas não. Conversas diferentes, novas risadas, novo ritmo. Mais uma rodada, duas, três, vinte reais em cerveja para cada um que estava se perdendo na mesa. Meia noite, hora de partir para a diversão e nada melhor que adocicar o seu estado antes de entrar na boate. Dessa vez não era a Mary in Hell, não era rock n roll, disco e nem pop. Era elétrica. E eletrizada ela ficou.
Hora dos destilados, mas sempre regados de Devassa. As luzes tremiam, tudo tremia, turbulência total! As pessoas começaram a pseudo-multiplicar e as cores estavam cada vez mais vivas. O rosa e o azul abandonavam as gigantes lâmpadas e como uma fita, flutuavam e iluminavam o ambiente.
Ela entrava em sintonia com a música e dançava livremente. Era girava, jogava o cabelo, rodava. A sensibilidade aumentava, as vozes se distorciam e o tempo não existia. Uma tragada foi o suficiente para enlevar e exalar o efeito adocicado. Os ouvidos se fecharam de repente e novamente ela estava em um plano mais diferente que os demais. Ela transava de roupa.
Realidade alterada.
A cada degrau as escadas se contorciam e a cada subida/descida um novo mundo surgia. A consciência já não existia. Agora, estava no estado mental de natureza, primário, sem influências.
Até a Alice apareceu, mas sumiu no buraco.
E ela no sofá preto.
O bar foi o mesmo, mas as pessoas não. Conversas diferentes, novas risadas, novo ritmo. Mais uma rodada, duas, três, vinte reais em cerveja para cada um que estava se perdendo na mesa. Meia noite, hora de partir para a diversão e nada melhor que adocicar o seu estado antes de entrar na boate. Dessa vez não era a Mary in Hell, não era rock n roll, disco e nem pop. Era elétrica. E eletrizada ela ficou.
Hora dos destilados, mas sempre regados de Devassa. As luzes tremiam, tudo tremia, turbulência total! As pessoas começaram a pseudo-multiplicar e as cores estavam cada vez mais vivas. O rosa e o azul abandonavam as gigantes lâmpadas e como uma fita, flutuavam e iluminavam o ambiente.
Ela entrava em sintonia com a música e dançava livremente. Era girava, jogava o cabelo, rodava. A sensibilidade aumentava, as vozes se distorciam e o tempo não existia. Uma tragada foi o suficiente para enlevar e exalar o efeito adocicado. Os ouvidos se fecharam de repente e novamente ela estava em um plano mais diferente que os demais. Ela transava de roupa.
Realidade alterada.
A cada degrau as escadas se contorciam e a cada subida/descida um novo mundo surgia. A consciência já não existia. Agora, estava no estado mental de natureza, primário, sem influências.
Até a Alice apareceu, mas sumiu no buraco.
E ela no sofá preto.
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Boring

É como se você já tivesse feito tudo que queria fazer, experimentado de tudo e de todos, freqüentado o céu e o inferno, e agora nada mais te excita, nada realmente te emociona, enlouquece. As amizades continuam as mesmas, os velhos e bons amigos, os novos e os que entram e saem sem deixar resquícios.
O sexo já não é novidade, as mulheres já não são uma descoberta, as drogas não são tão loucas assim, o strip é plausível e o mastro é comum. As orgias são normais e as balas de motel já perderam o sabor. A ideologia foi vencida, as decepções já aconteceram, a cara já foi quebrada várias vezes e o amor chegou, passou, voltou.
Parece que tudo já foi vivido e conquistado, mas ainda há uma longa vida pela frente. Enquanto seus amigos estão começando, você se mantém fazendo o que já fez, talvez por comodismo, ou por tédio/nostalgia. Nada mais tem a mesma graça de antes. As proibições “acabaram”, juntamente com o gostinho de quebrar as regras, recheado com adrenalina.
NOTHING THRILLS US ANYMORE
NOTHING KILLS US ANYMORE
BORING.
1.8 para alguns, começando
1.8 para outros, terminando.
Saturday Night
We look alright
We're going out
Boring.
Paris, France
Londontown
NYC
Boring.
Nothing thrills us
Anymore
No one kills us
Anymore
Life is such a chore
When it'sÂ….
Boring
Sexy boy
Girl on girl
Manage trois
Boring.
Marijuana
Cocaine
Heroin
Boring.
Nothing thrills us
Anymore
No one kills us
Anymore
Life is such a chore
When it'sÂ….
Boring
Galliano
Donatella
Dolce & Gabbana
Boring.
Caviar
Escargot
Dom Perignon
Boring.
Love of my life
Bear your child
Everything I've ever wanted
Boring.
Nothing thrills us
Anymore
No one kills us
Anymore
Life is such a chore
When it'sÂ….
Boring
(when it's boring)
Nothing thrills us
Anymore
No one kills us
Anymore
Life is such a chore
When it'sÂ….
Boring
domingo, 14 de junho de 2009
E me esqueci
Eu provei da liberdade e me esqueci dos limites
Eu provei da confiança e me esqueci da verdade
Eu provei ser gente grande e me esqueci da responsabilidade
Eu provei da droga e me esqueci de sobreviver
Eu provei do sonho e me esqueci de acordar
Eu provei da vida e me esqueci de ser
Eu provei do perdão e me esqueci de relevar
Eu provei do sexo e me esqueci de me entregar
Eu provei do amor e me esqueci do coração
Eu provei da confiança e me esqueci da verdade
Eu provei ser gente grande e me esqueci da responsabilidade
Eu provei da droga e me esqueci de sobreviver
Eu provei do sonho e me esqueci de acordar
Eu provei da vida e me esqueci de ser
Eu provei do perdão e me esqueci de relevar
Eu provei do sexo e me esqueci de me entregar
Eu provei do amor e me esqueci do coração
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Red Lines
Ela exalava o desejo mortífero, inocente, consciênte. Inerente à minha vontade, a linguagem visual me contaminava. Não era necessária a imaginação, pois sua expressão subjetiva transportava minha alma, decodificava todos os fatores estimulantes. Era difícil entrar em seu Universo misterioso, porém fácil absorver a tridimensionalidade que se misturava à realidade.
Tudo o que via era construído pela minha mente?
Tudo o que sentia era manipulado por seus signos?
Sentido fenomenal X relacional!
Cor inexistente, complementar, iludida de objetos impossíveis, familiares e sensuais. Paisagem urbana complementar.
A gradação da luz difundia com seu cheiro singular, impossível de tocal, mas macio de penetrar. Não havia processo químico-físico na luz. Embora quase invisível, se revelava ao poucos...
Tudo o que via era construído pela minha mente?
Tudo o que sentia era manipulado por seus signos?
Sentido fenomenal X relacional!
Cor inexistente, complementar, iludida de objetos impossíveis, familiares e sensuais. Paisagem urbana complementar.
A gradação da luz difundia com seu cheiro singular, impossível de tocal, mas macio de penetrar. Não havia processo químico-físico na luz. Embora quase invisível, se revelava ao poucos...
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